sábado, 12 de maio de 2012

Células do Sague


Células do Sague

O sangue é formado pelos glóbulos sanguíneos e pelo plasma (parte liquida).

Os glóbulos sanguíneos são os eritrócitos (hemácias), as plaquetas (fragmento do citoplasma ou de megacariócitos da medula óssea) e leucócitos (glóbulos brancos). Para saber a composição do sangue realiza-se um exame denominado hematócrito, no qual o sangue é tratado com substancias anticoagulantes e depois é centrifugado, assim ele se separa em diversas camadas: o plasma corresponde ao sobrenadante translúcido e amarelado; os glóbulos se sedimentam em duas camadas: a inferior composta pelas hemácias e a camada imediatamente superior de cor acinzentada, que contem os leucócitos; sobre os leucócitos repousa uma delgada camada de plaquetas (não visíveis a olho nu). O hematócrito permite também estimar o volume sangúineo ocupado por cada componente do mesmo, e se varia entre homem e mulher, adulto e criança .

A principal função do sangue é transportar.

Leucócitos (células de defesa), que são as primeiras barreiras contra uma infecção, atravessam por diapedese (saída ativa de leucócitos do sistema circulatório) a parede de vênulas e capilares, e vão para as áreas atacadas. Oxigênio, ligado a hemoglobina dos eritrócitos, e gás carbônico, ligado a hemoglobina ou dissolvido no plasma (que também transporta nutrientes metabólicos dos locais de absorção ou síntese). As escórias do metabolismo, removidas do sangue pelos órgão de excreção . Distribuição de hormônio, o que possibilita a troca de mensagens químicas entre órgãos distantes. Além de ser um importante regulador na distribuição de calor, no equilíbrio ácido-básico e no equilíbrio osmótico dos tecidos.

Composição do plasma:
Solução aquosa, com componentes de variado peso molecular (em equilíbrio com o líquido intersticial, portanto, a composição do plasma é um indicador da composição do líquido extracelular), proteínas plasmáticas (que participam da coagulação sanguínea, controla a pressão osmótica do sangue-albumina-, anticorpos-gamaglobulinas-), sais inorgânicos e compostos orgânicos diversos (vitaminas, hormônios e glicose).

Eritrócitos (hemácias):
Anucleados, com grande quantidade de hemoglobina (proteína transportadora de oxigênio), com forma de disco bicôncavo (para proporcionar uma maior área, com relação ao seu volume), possuem grande flexibilidade (sofrem deformações temporárias, para passar por certos capilares, mas não se rompem).

Aplicação médica: Anemias: podem ser caracterizadas: pela baixa concentração de hemoglobina no sangue, causada pela diminuição do número de eritrócitos (hemorragia, má produção na medula ou destruição acelerada dos eritrócitos), ou pelo fato de eles conterem pouca hemoglobina (deficiência de ferro na alimentação), sendo mal corados (anemia hipocrômica). Já o aumento do número de eritrócitos (eritrócitos ou policitemia), pode ser ocasionada por uma adaptação fisiológica (quando o individuo viaja para locais de grande altitude, em que a pressão parcial de oxigênio é menor) ou patológica (cuja conseqüências são: aumento da viscosidade do sangue, o que dificulta a circulação nos capilares.

Os eritrócitos quando colocados num meio hipotônico, sofrem tumefação, isto é, suas hemácias se tornam esféricas e a hemoglobina se dissolve no meio (hemólise), é um processo utilizado quando se deseja estudar a membrana celular. Já, quando suspensos numa solução hipertônica se encolhem irregularmente (hemácia crenadas).

As hemácias obtém sua energia através da via anaeróbica, por fermentação láctica (90%) e via das pentoses (10%).

Os eritrócitos possuem grande quantidade de hemoglobina, molécula formada por quatro subunidades, cada uma com um grupo de heme (derivado do ferro 2+) ligado a um polipeptídeo .

Devido a variações na cadeia polipeptídica existem vários tipos de hemoglobina (A1, A2 e F). Hemoglobina A1 (Hb A1) e a hemoglobina A2 (Hb A2) são hemoglobinas presentes num adulto normal. Enquanto que a hemoglobina fetal (hemoglobina F ou Hb F), está presente em embriões e é muito mais ávida por oxigênio (já que o embrião só obtém oxigênio pela placenta). Nos pulmões, onde a pressão parcial do oxigênio é alta, cada molécula de Hb se combina com quatro de oxigênio, formando a use-hemoglobina, que é reversível, pois quando se chega aos tecidos, onde a pressão parcial de oxigênio é baixa, o oxigênio dessas moléculas se transfere as célula, e a Hb pode se ligar ao gás carbônico, formando a carbamino-hemoglobina, que também é reversível, porém a maior parte de gás carbônico é transportada dissolvida no plasma .

Aplicações médicas: modificações na estrutura das hemácias, resultam num mal funcionamento das mesmas, ocasionando doenças, como a anemia falciforme. Que quando desoxigenada, sua hemoglobina (Hb S) se polimeriza e forma agregados que dão aos eritrócitos uma forma comparável a uma meia lua, esse eritrócito é frágil, sem flexibilidade, com uma vida curta . Assim, o sangue se torna viscoso e prejudica o fluxo sanguíneo, o que leva a uma deficiência no transporte de oxigênio (hipóxia ), lesões na parede capilar e coagulação sanguínea . O monóxido de carbono também pode se associa a Hb, formando um complexo muito mais estável, impedindo o transporte de oxigênio . Agentes oxidantes, podem transformar o ferro 2+ em ferro 3+, dando origem a meta-hemoglobina, composto sem afinidade com o oxigênio, pode ser convertida a Hb, por um sistema enzimático do eritrócito a NADH meta-hemoglobina redutase. Esferocitose hereditária, doenças das hemácias que a tornam esféricas e muito vulneráveis a ação dos macrófagos, é um problema nas proteínas do citoesqueleto dos eritrócitos, que impede a manutenção da forma bicôncava, a remoção cirúrgica do baço melhora essa esferocitose, já que o baço contém grande quantidade de macrófago e é o principal local em que as hemácias são destruídas.

As hemácias são produzidas e maturadas na medula óssea, no seu processo de maturação perdem o núcleo e diversas outras organelas. Duram 120, e são destruídas por macrófagos.

Leucócitos:
São incolores, com forma esférica e participam das defesas celulares e imunocelulares do organismo, deixam os capilares por diapedese e penetram no tecido conjuntivo . Quando os tecidos são invadidos por microorganismos os leucócitos são atraídos por quimiotaxia, isto é, substancia originadas dos tecidos, dos plasmas sanguíneos e dos microorganismos provocam nos leucócitos uma resposta migratória, dirigindo essas células para os locais de maior concentração de agentes quimiossintáticos. O aumento do número de linfócitos chama-se leucocitose, enquanto que a diminuição leucopenia .

Podem ser de dois grupos: granulócitos (polimorfonucleares) ou agranulócitos.

Os granulócitos, tem núcleo de forma irregular, com grânulos específicos envolto por membranas. De acordo com seus grânulos podem se diferenciar em três tipos: neutrófilos, eusinófilos e basófilos. Com vida muito curta e restos celulares removidos pelos macrófagos (morrem por apoptose).

Os agranulócitos possuem núcleo mais regular, e seu citoplasma não tem granulações específicas, apenas pode apresentar grânulos azuróficos. Há dois tipos: linfócitos e monócitos.
Neutrófilos (polimorfonucleares):
Possuem o núcleo formado por lobos, ligados entre si por finas pontes de cromatina . A célula muito jovem tem núcleo não segmentado e em forma de bastonete (neutrófilo bastonete). Já os núcleos muito segmentados são denominados hipersegmentados e são característicos de células velhas.

Aplicação médica: no sangue normal há pequena quantidade de bastonete, sua elevação resulta de infecções bacterianas.
Nos núcleos dos neutrófilos de mulheres aparece um pequeno apêndice, que contém a cromatina sexual X, inativa . O citoplasma dos neutrófilos possui dois tipos de granulações: os grânulos específicos (finos) e os grânulos azurófilos (lisossomos).
Aplicação médica: os neutrófilos participam da defesa celular, quando presentes no sangue circulante possuem formato esférico e não são capazes de fagocitar, enquanto que ao encontrar um substrato sólido no qual podem emitir pseudópodos, adquirem formas amebócitos ou fagocitárias. Como ocorre: a bactéria é rodeada por pseudópodos que se fundem ao seu redor, assim ela passa a ocupar um vacúolo .Grânulos específicos e azurófilos, situados nas proximidades fundem suas membranas com as dos fagossomos e esvaziam seu conteúdo no interior do mesmo, ao mesmo tempo bombas de prótons localizadas nas membranas do fagossomo acidificam o interior desse vacúolo, para torná-lo um ambiente propício a atuação das enzimas. Durante a fagocitose há um aumento brusco no consumo de oxigênio, devido a produção do peróxido de hidrogênio e ao ânion super óxido, ambos oxidantes energéticos, e provavelmente os principais responsáveis pela morte das bactérias fagocitadas. Componentes dos grânulos específicos atacam as peptideoglicanas das paredes de bactérias Gram-positivas e prejudica o metabolismo da mesma . Morto o microorganismo, as enzimas lisossômicas promovem sua hidrólise em moléculas pequenas que se difundem para fora do fagossomo . Quando as bactérias não morrem, ou os neutrófilos morrem aparece um líquido viscoso, amarelado, contendo todo esse matéria, o pus.

Eusinófilos:
Menos numeroso, com núcleo geralmente bilobulado, apresenta grânulos ovóides maiores que a dos neutrófilos.

Aplicação médica: fagócito e digerem complexos de antígenos com anticorpos que aparecem em caso de alergia . São atraídos para as áreas de inflamação alérgica pelas histaminas (produzidas por basófilos e mastócitos). Os eusinófilos produzem moléculas que inativa o leucotrieno e a histamina, controlando a inflamação . Participam da defesa contra os parasitas Shistossoma Mancini e Trypanosoma cruzi. Tanto no caso de parasitos como no de alergia há um aumento no número de eosinófilos (eosinofilia). Não são células especializadas para a fagocitose de microorganismos, sua atividade defensiva consiste na liberação de seu grânulos, e pela fagocitose do complexo antígeno-anticorpo . Corticosteróide (hormônios da camada cortical da adrenal) induzem a uma queda imediata da concentração dos eosinófilos, e retardam a passagem deles da medula óssea (local de sua produção).

Basófilos:
Núcleo volumoso, forma retorcida e irregular, citoplasma carregado de grânulos maiores que os dos outros granulócitos, contém muitos filamentos ou partículas alongadas. Contém histamina, fatores quimiotáticos para eosinófilos e neutrófilos, e heparina (responsável pela metacromasia do grânulo). Sua membrana, assim como a dos mastócitos também possui receptores para a imunoglobulina E (Ig E).

Linfócitos:
Células esféricas, podem ser: pequenos ou grandes.
Linfócitos pequenos: mais abundante, com núcleo esférico, cromatina se dispõe em grumos grosseiros, o núcleo aparece escuro, o citoplasma é pequeno e escasso, é pobre em organelas, divididos em dois tipos B e T. Ao contrário dos outros leucócitos, os linfócitos possuem a capacidade de retornarem ao sangue.

Monócitos:
Células com núcleo ovóide, cromatina frouxa com arranjo mais delgado que a dos linfócitos, com dois ou três nucléolos. Citoplasma com grânulos azurófilos (lisossomos), muito finos, e podem preencher todo o citoplasma . Sua superfície apresenta muitas microvilosidades e vesículas de pinocitose.
São originados na medula óssea, onde sofrem um processo de maturação, daí passa para o sangue, onde permanecem alguns dias, depois migram para os tecidos, onde se transformam em macrófagos.

Plaquetas:
Corpúsculos anucleados, com forma de disco, derivados de células gigantes da medula óssea os megacariócitos. Realizam a coagulação sanguínea e auxiliam a reparação das paredes dos vasos sanguíneos, evitando a perda de sangue. Possuem um sistema de invaginações (sistema canalícular aberto), em que a parte interna se comunica facilmente com a membrana, disposição importante para a liberação das moléculas ativas armazenadas nas plaquetas.
São constituídas pelo hialômetro (parte azul-clara) que possui microfilamentos de actina e miosina responsáveis pela contração pela contração das plaquetas, e sua parte externa da membrana é rica em glicoproteínas e glicosaminoglicanas, responsáveis pela adesividade das plaquetas e que podem absorver compostos diversos. E o cromômero, com grânulos densos ou delta, que armazenam ATP, ADP e serotonina, há também os grânulos alfa com fibrinogênio e fator de crescimento plaquetário, que estimula as mitoses do músculo liso dos vasos sanguíneos e a cicatrização de feridas e o grânulos lambdas, que são os lisossomos.

Aplicação médica: Hemostasia, processo que impede a perda de sangue (hemorragia), promove a coagulação do sangue. A participação das plaquetas na coagulação do sangue pode ser assim descrita:

Agregação primária: descontinuidades do endotélio produzidas por lesão vascular são seguidas pela absorção de proteínas do plasma sobre o colágeno que restou, as plaquetas também aderem a esse colágeno, formando um tampão plaquetário .

Agregação secundária: As plaquetas do tampão liberam ADP, que é indutor a agregação plaquetária, aumentando o tampão .

Coagulação do sangue: ocorre pela interação seqüencial de diversas proteínas plasmáticas, originando um polímero, a fibrina, e formando uma rede fibrosa tridimensional, que aprisiona leucócitos e plaquetas, forma-se um coágulo sanguíneo mais resistente.

Retração do coágulo: inicialmente faz uma grande saliência para o interior do vaso, mas depois pela ação da miosina, actina, ATP e plaquetas, ele se contrai.

Remoção do coágulo: protegido pelo coágulo a parede do vaso se renova e o coágulo é removido pela ação da enzima plasmina, formada pela ativação da proenzima plasmática plasminogênio, pelos ativadores produzidos no endotélio .Enzimas liberadas pelos lisossomos das plaquetas também auxiliam na remoção do coágulo .

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